top of page
Buscar
  • cia Aurora

Liga da Justiça - Snyder Cut (2021)


Critica por Isaac J. Serrão

NOTA: 3,5 / 5,0


Desde o momento em que foi anunciado, a liga da justiça de Zack Snyder vêm se tornado não só um filme muito aguardado por muitos, mas um evento dentro da história do cinema. E não é para menos, dentro dessa indústria, é quase surreal perceber a força que esta obra teve com apoio dos fãs para o seu relançamento, mostrando como a indústria, em especifico, os filmes de super-heróis, mudaram bastante o cenário cinematográfico moderno. E então em 2021, eis que chega pelo serviço de Streaming HBO Max a obra tão esperada. Então, para a presente analise, vamos focar nas qualidades, méritos e deméritos deste filme, buscando não comparar com sua obra antecessora e até no presente momento, canônico.

Acredito que não seja necessária um grande resumo sobre o filme, afinal, a menos que você não seja ligado ao universo dos super-heróis ou sei lá, morou numa ilha deserta sem qualquer acesso a internet, você sabe exatamente sobre o que é o filme. Após a morte do Superman (Henry Cavil) o morcego da noite, Batman (Ben Afleck), perante uma ameaça, decide reunir um grupo de super-heróis para combatê-la. Entre eles estão a Mulher Maravilha (Gal Gadot), O Aquaman (Jason Momoa), O flash (Ezra Miller) e o Ciborgue (Rey Fisher). E acredito que aqui esteja a maior qualidade do filme, com pouco mais de quatro horas de duração, o filme realmente tem uma preocupação real em desenvolver suas personagens, principalmente aqueles que não tiveram filmes solos para desenvolverem-se (Lembrando que em teoria, Aquaman viria depois de liga da justiça). Temos um olhar cuidadoso na construção desses heróis, individualmente e depois em coletivo. Os mais beneficiados nesse cuidado, são sem duvida alguma o Flash e o Ciborgue, que se mostram além de guerreiros, partes vitais no plano de combate. Vi algumas pessoas nas redes sociais reclamando bastante da composição abobalhada do velocista escarlate. Confesso que isso não me incomodou e acredito sim, ser uma composição valida para a personagem. Já o ciborgue, ao aprofundar em seus dramas pessoais e por seus poderes estarem ligados a caixa materna, a fonte de procura do filme, ganha espaço para desenvolver-se e se tornar uma peça importante.


Sei que disse que não faria comparações entre obras, mas enquanto escrevia, era inevitável que elas surgissem em minha mente, eu sei, eu sei, enfim a Hipocrisia! Mas, senhoras e senhores o mundo é dos hipócritas. Decidi citar muito mais do Flash e ciborgue quanto a analise de personagem, por justamente serem eles os personagens mais prejudicados na obra de 2017, j unto do Aquaman. No mais, avante!


Uma das coisas importantes de se ressaltar também é em como titulo da obra foi feliz em sua tradução. Sim, este é um filme de Zack Snyder! Em toda sua filmografia, o filme que mais destoa de seu estilo (e na minha singela opinião, seu melhor filme junto com Watchmen) é madrugada dos mortos. O que quero dizer com isso? A filmografia do diretor desde 300, adotou um estilo muito próprio de cinema, principalmente na composição de cenas. Ora, se você é um fã do diretor sabe muito bem do que estou falando, cenários mais escuros, construções minimalistas de cenários, uso da câmera lenta, entre outros artifícios. E vejam só que isso não é exclusivo de seus filmes de super-heróis, visto que nem sua animação, A origem dos guardiões, escapou dessa visão mais sombria. Este liga da justiça carrega todo esse conceito do diretor e é muito interessante ver pessoas reclamando desse estilo já que o próprio já havia construído isso desde o homem de aço, quando começou sua odisseia no Dceu (Universo Cinematográfico da DC). Talvez esse estilo pudesse gerar um sentimento de ame ou odeie, mas não acredito que seja por ai, pois apesar de tudo, minha experiência com o snyder cut pode ser descrita em uma palavra, satisfatória. O filme é sim uma versão estendida de sua antecessora, mas com a montagem real de seu criador e quase que do jeito que ele imaginara (Sim, eu usei a palavra “QUASE”. Vou abordar isso mais para frente), realmente a visão de Snyder melhora bastante o próprio roteiro, deixando muita das situações que antes foram apenas jogadas, mais claras. Porém, não sinto que seja uma obra, primeiro, revolucionária como muito se assume dentro do próprio cenário de super-heróis e segundo, isenta de erros. Veja bem caro leitor, quando digo que uma obra é no estilo ame ou odeie, eu de certa forma atesto a qualidade da obra em um estilo próprio. Explicando melhor, se pegarmos o filme o Irlandês de Martin Scorcese, nós temos um estilo muito singular do diretor que realiza de forma bem feita à obra que se dispõe a realizar. Se o expectador vai gostar da obra, parte muito mais do quanto ele vai se conectar com ela, com aquele estilo, daí a frase: Ame ou odeie. E acredito que isso não se encaixe aqui. O Snyder Cut não é um filme que não possa ser considerado mediano. Pois, como já falei, é uma obra em minha opinião satisfatória, mas também como já disse não livre de erros.


E o maior problema do filme encontra-se justamente em sua duração. Percebe-se que o tempo acaba tornando-se uma faca de dois gumes para este Snyder cut. Se por um lado temos um tempo maior dedicado ao desenvolvimento das personagens, por outro, ele peca pelos excessos já conhecidos do diretor. Há claramente algumas cenas que não precisavam estar ali, pois o sentido para progressão narrativa já havia sido transmitido. Além, de cenas como essa, o filme que é dividido em partes poderia muito bem ter abraçado essa ideia e ter sido exibido como uma série, já que ele realmente tinha conteúdo para isso. Tudo isso é mais sentido principalmente ao final do filme (E aqui entra o nosso “QUASE” mencionado lá em cima) onde temos uma progressão de cenas, que claramente não faziam parte desse filme. Vejam bem, eu sei que muitos podem usar a fala de que ele gravou essas cenas, que elas abririam margem para o futuro, mas convenhamos, para a narrativa apresentada aqui nesta obra, elas simplesmente não acrescentam em nada. Elas estão ali, simplesmente para nos dizer que existem e que podem vir em uma continuação, que sim, eu espero que aconteça, pois parece ser uma ideia promissora. Mas, como critico, eu avalio a obra como uma obra fechada, justamente porque o criador escolheu me mostra-la assim (diferente das séries, os filmes por serem mais curtos devem trazer algo fechado em si, para que se tenha uma progressão de experiência completa), daí meu comentário de que talvez, esta produção fosse ainda mais feliz em um formato televisivo.


Gente, eu sei que tudo isso pode parecer coisa de critico chato e tals, mas percebam que é além, por exemplo, com a aparição daquele personagem “X” que simplesmente não acrescenta absolutamente em nada na história, tendo sido colocado ali apenas como mero Fan servise e uma promessa de planos futuros.

No fim, decidi não abordar em minha analise os efeitos especiais, pois é aquilo que já conhecemos em alguns momentos eles são funcionais e em outros, claramente um fundo verde interagindo com os atores (Pelo menos não temos bigode de Chernobyl)


Quanto aos vilões, bom, são típicos vilões de super-heróis, ou seja, sem muitas camadas e com planos homicidas a nível global. Foi interessante ver que o lobo da estepe tinha uma motivação ligada a sua honra, o que fez com que o personagem ficasse mais palpável, claro nada que tenha lhe dado uma grande profundidade, mas foi colocado a ele motivo o suficiente para entendermos o quão ameaçador ele pode ser. O uso da violência gráfica, pareceu deslocada para mim em muitos momentos, não somando muito para a obra. Algo que não acrescenta, mas também não atrapalha. Quanto aos outros vilões, eles são muito mais promessas para um futuro do que realmente presenças para esta obra em especial.


A trilha sonora, por vezes me incomodou, em alguns momentos, ela adotava um tom épico e muito divertido e em outros parecia destoar totalmente da obra em geral. Principalmente na entrada das músicas em formato de vídeo clipes. Confesso que uma dessas cenas, me deixou confuso com relação a funcionalidade musical com a cena, a introdução do Flash e seus poderes. É um momento que emula bem o conceito a cima, pois ao mesmo tempo em que é bem realizado, passa do ponto chegando a ficar, digamos cafona. Será que eu que estou louco?


No fim, o saldo de Liga da Justiça, é muito mais positivo do que negativo. É um filme divertido que nos mostra uma visão bem diferente da que chegou aos cinemas. Não é uma obra revolucionária como filme de super-heróis, mas também, não é uma obra esdruxula como muitos “críticos cults” afirmam. É um filme eficiente, que concerta muita coisa e erra em outras, mas que abre um leque de possibilidades interessantes e que espero poder ver em um futuro próximo. Afinal, não esperávamos ver essa versão e cá estamos. O futuro pode reservar grandes surpresas. A Louis é a chave!


Titulo: Liga da Justiça (Snyder Cut)

Ano de lançamento: 2021

Direção: Zack Snyder

Roteiro: Chris Terrio

Elenco: Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Gal Gadot, Diane Lane, Jared Leto, Ezra Miller, Jason Momoa, Connie Nielsen, J.K. Simmons, Robin Wright, Amy Adams, Karen Bryson, Kiersey Clemons, Jesse Eisenberg, Ray Fisher, Amber Heard, Ciarán Hinds, Jeremy Irons, Lisa Loven Kongsli, Harry Lennix, Joe Manganiello, Joe Morton, Ann Ogbomo, Ray Porter, Samantha Win, Ryan Zheng, Mark Arnold, Gianpiero Cognoli, Willem Dafoe, Peter Guinness, Swaylee Loughnane, Eleanor Matsuura, Lara Decaro, Russell Crowe, Kevin Costner, David Thewlis, Michael McElhatton, Billy Crudup

Duração: 242 min

28 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Commentaires


bottom of page