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  • cia Aurora

O visitante!

O visitante:


Era um inverno chuvoso.

Não como as chuvas de verão. Era uma chuva fria e gelada que acalentava qualquer um que sonhasse em sair de casa.

Dentro de uma dessas moradias, sabe-se Deus em que cidade ou em que rua, estava ele sentado em frente a uma lareira que apresentava um belíssimo espetáculo pirotécnico, com brasas dançantes sobre a madeira.

Lucas não era apenas um menino diferente, era uma pessoa solitária e destemida, tinha como singularidade a ousadia iminente na vontade de fazer merda. Sua família vivia dizendo que esse era seu maior talento. Talvez fosse incompreendido, o que ele duvidava muito, ou talvez fosse apenas fosse apenas “avuado” a verdade é que sempre que tinha a oportunidade de se meter em confusão, lá estava ele embaixo dos holofotes.

Falando em merda, era exatamente o que ele ali esperava, concertar uma das maiores cagadas que ele já tinha feito!

Naquele mesmo dia, só que bem mais cedo, ele havia se declarado alto, no meio do trabalho; Algo que guardava dentro de si. Sua ousadia e seu ego inflado haviam lhe proporcionado um grande problema.

‘Toc toc toc.

“ferrou!” PENSOU ELE!

Ele se levantou da cadeira e abriu a porta preparado para o pior que apareceu na forma de um idoso bem agasalhado e de cigarro na boca.

- posso entrar? – disse o velho tragando o cigarro.

- tenho escolha?

- apenas se quiser ser um criminoso!

- como ainda não me decidi, entre, por favor, a lareira está acesa e acho que o senhor tem algo grande para dizer.

O velho sinistro entrou pela porta e sentou na primeira cadeira que achou, encarando o protagonista desta narração que também se apressou para sentar e ouvir o que o homem tinha a dizer.

- sabe que o que você fez hoje, é ilegal, não sabe?

- achava que liberdade de expressão era gratuita.

- foi gratuita senhor, agora não é mais! O senhor não só pensou como proclamou em pleno dia útil o seu pensamento. O senhor não vai tentar negar né? Temos, vídeos, testemunhas...

- não se preocupe, não tentarei fazer nada disso. – interrompeu Lucas – mas, não posso deixar de me perguntar, que mal isso fez?

- que mal isso vez? As pessoas não estão acostumadas a ouvir isso em voz alta. Quando ouvem causa espanto, estranhamento. Por isso aprendemos a controlar, deixar que um ou dois revele em algum reality por ai, para que lembrem que está ali. Porém é distante como a terra e o céu.

- não deveria ser.

- imagine se todas as pessoas tivessem a chance de mostrar o mesmo pensamento, ou pior, de tentar? O Caos iria reinar.

- O caos existe não é? Está ali por alguma razão!

- O senhor sabe que nem todos iriam conseguir – o velho se levantou com certo ar de autoridade.

- mas todos deveriam ter a chance de tentar. – finalizou Lucas, também se levantando.


Um minuto de silêncio.


- Pois bem... – disse o Velho- o senhor está preso sob a acusação de forma deliberada ir contra a lei...

- escute o senhor seja lá quem for não serei preso, e ainda por ter revelado algo que sou! Se for espalhar o Caos como o senhor diz, não é problema meu. Eu apenas estou tentando ser eu!

- SUA PALAVRA FINAL?

(silêncio novamente)

Antes que o velho pudesse puxar sua arma, Lucas o acertou com um soco tão forte que o homem nem reagiu, apenas desmaiou ali perto do fogo.

O jovem rapaz pegou o casaco que tinha e saiu da chuva, rumo sabe-se Deus para onde...

Naquele dia mais cedo...

- meu nome é Lucas, e apesar do meu bom senso pedindo para que eu fique calado, preciso lhes dizer uma coisa: hoje vindo para cá, eu vi algo, algo que me fez ter uma ideia, me fez SONHAR. Acabei me tornando um sonhador e eu sinto muito, achava que ainda era de Graça.

“Desculpem-me!”


Por Isaac Serrão

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